Altos e Baixos
Sendo uma pessoa tendencialmente positiva sei que a vida por vezes é tramada. Num percurso de 54 anos já tive prova disso. A vida é feita de altos e baixos, de períodos de grandes conquistas, alternados com momentos de grandes derrotas. O segredo não está em evitar o que é mau, mas aprender com ele e escolher a forma de lidar com isso. É a nossa individualidade que nos permite superar e encarar aquilo que nos acontece de menos bom. É o nosso autoconhecimento que nos dá as ferramentas para o enfrentarmos.
2023 foi um autêntico arrastão de coisas menos boas, mas isso não me impediu de me divertir, de tomar decisões que implicaram algumas mudanças e de continuar a sonhar. Acredito até que foi o “arrastão” que me colocou novamente no meu caminho. Não estava doente, não sentia nada de anormal no meu corpo, portanto aquilo que era uma mera rotina transformou-se num pesadelo, numa sensação de estar a viver algo que não era meu. Mas é. E aceitar isso é meio caminho para a cura.
Depois de passar uns dias atordoada, arregacei as mangas, procurei soluções e lá fui eu resolver aquilo que tinha para resolver. Difícil foi convencer os outros que estava bem, que me sentia serena e tranquila. Tenho a sensação de que passei dias a consolar os que me rodeavam pela minha condição. É normal, sentimo-nos tão perdidos quando estamos impotentes perante a doença, mesmo que ela não seja nossa.
Long story short, acreditem ou não até dei um abraço de consolo à senhora que me vendeu os soutiens cirúrgicos, tal era o olhar dela.